O PODER DESENFREADO DA LINGUA
É uma qualidade rara saber domar a língua. Mal incontido, carregado de veneno mortífero, alerta o salmista. Mãe de todas as contendas, fonte de guerras e de toda sorte de demandas judiciais.
É um órgão perigoso. A língua é o que há de pior no mundo: cidades são destruídas, empresas falem, vidas são aniquiladas, imagens são difamadas, esperanças são enterradas pelo poder da língua.
Um profissional devidamente habilitado precisa saber refrear a língua. O líder que inspira sua equipe fala com sabedoria e com empatia, sabe do poder da língua. Preocupa-se sinceramente com o bem estar da equipe e fala com honestidade e respeito.
As palavras lançadas nunca voltam. Quando são ditas impensadamente causam para sempre o resultado, a cicatriz, a mácula. O relacionamento nunca fica do mesmo jeito depois de palavra mal ditas.
Existem áreas potencialmente perigosas que merecem atenção de qualquer comunicador. Todos somos comunicadores. Nos comunicamos a todo momento com nossos familiares, nossos amigos, nossos vizinhos, nossos desconhecidos. Nos comunicamos por meio da fala, dos gestos, dos comportamentos. A comunicação é o que as pessoas entendem ou sentem com o que comunicamos, e não o que dizemos. Os três pontos que merecem ser observados são:
1. A mentira – Uma meia verdade é uma mentira completa. Portanto, melhor calar-se do que se colocar em uma situação em que se sinta obrigado a contar uma mentira. A maioria das vezes, a pessoa saberá, cedo ou tarde, que você mentiu. E não há nada para se orgulhar nisso. Ao contrário. Aliás, como dizia kant, tudo que não puder contar como fez, não faça.
2. Calúnia e Difamação – É fácil destruir a reputação de alguém com algumas palavras. Trata-se de uma das piores atitudes de um ser humano. Um bom comunicador deve se abster desse defeito.
3. Exagerar ou minimizar os fatos – como seres limitados que somos não conseguimos ser exatos quando narramos um fato. Somos exatos para nós mesmos. Mas a complexidade da vida não nos permite, na nossa limitada capacidade, de externar fielmente nossas experiências. Temos nossas percepções. O bom comunicador sabe equilibrar o exagero ou minimização. Porque exagerar o episódio é não dizer a verdade a respeito dele. E o exagero é a prima irmã da mentira.
A língua também é responsável por belos feitos. Cantos que encantam a alma, poesias, declarações de amor, palavras que aliviam a dor e confortam o coração.
Um bom comunicador é senhor da própria língua porque está sempre vigiando o que fala. Ele não se deixa dominar por ela, pois usa com sabedoria e bom tom.
É isso aí! Viva intensamente e comunique-se bem!
Senhor, põe um guarda à minha boca, fica de vigia à porta dos meus lábios. Sl 141-3