Uma pessoa de Alta Performance está habituada a dar o seu melhor quando se dedica a algo. O conhecido jeitinho brasileiro não é algo que ela aprecia porque é afeiçoada a “ter sangue nos olhos”, a se superar sempre. Há uma inquietude na alma que a faz buscar melhor desempenho.
Na época da guerra entre EUA e Espanha, o presidente americano Mac Kinley precisava que uma carta fosse entregue ao chefe dos insurretos, Garcia, que se encontrava em uma fortaleza desconhecida em um território bastante hostil no interior do sertão cubano. Essa era uma missão extremamente difícil. Era preciso escolher o homem certo, pois era importante se comunicar rapidamente com Garcia.
A pessoa apontada como capaz de tal façanha foi Rowan. Ele recebeu a correspondência e, sem nenhum vacilo, assumiu a responsabilidade pela entrega. Aproximadamente três semanas depois, a carta chegou ao seu destino. Não se sabe ainda como Rowan conseguiu atravessar o território cubano, localizar o líder das forças rebeldes e entregar a encomenda do presidente.
O relato desse fato foi escrito na revista Philistine em 1899, e tornou-se sucesso de venda. O periódico vendeu muitos exemplares por causa do texto de Elbert Hubbard que faz um comparativo entre funcionários de repartições ou empresas e o mensageiro de Garcia. Fosse divulgado hoje, permaneceria atual e rico em considerações muito úteis.
Vamos refletir a respeito de algumas delas.
A primeira consideração é a necessidade de se eliminar o estereótipo do monstro burguês. O dono do negócio, chefe ou empresário não pode mais ser percebido como um monstro que explora o empregado, mas como um empreendedor.
Um corajoso que oferece condições de empregar, tributar e gerar riquezas ao país. Ademais, não retrata a realidade dos empresários ficar deitado na rede enquanto os empregados se matam de trabalhar. Ao contrário, é comum testemunharmos os empregados deixando o expediente, concluído ou não o serviço, e o dono do negócio trabalhando de madrugada para garantir as metas organizacionais.
A segunda consideração é a pro-atividade e a determinação em fazer mais que a média. Que, no episódio narrado, está retratada na disposição do mensageiro de buscar as informações necessárias para concluir com efetividade a missão. Não é incomum ao delegar uma tarefa, o gestor desistir de descentralizar as responsabilidades por falta de competência do colaborador. Ou ainda, informar o resultado desejado, explicar o porque da tarefa, sugerir os procedimentos a serem adotados, mas o “mensageiro” não entregar a carta à Garcia.
Pergunte a qualquer empresário que tem ou teve que contratar funcionários para trabalhar se várias vezes não se viu frustrado com os resultados medíocres de tarefas aparentemente simples. Nessa hora, ele se pergunta se errou ao se comunicar ou se a tarefa era mais complexa do que parecia.
É claro que existem procedimentos necessários para se garantir a efetividade da comunicação. Mas no caso em tela, não se trata disso.Não são poucos os gestores que tem a difícil tarefa de motivar uma equipe de pessoas desleais e incompetentes.
A terceira consideração que gostaria de trazer à baila é a falta de compromisso dos funcionários com os resultados da entidade. O que certamente faz a diferença no desempenho das organizações é a capacidade de adotar as melhores estratégias antecipando-se às mudanças no mercado. Nesse processo, as pessoas tem papel fundamental. Porém, o maior desafio das organizações hoje é motivar seus funcionários a trabalharem compromissados em dar o melhor de si para que a organização alcance suas metas e, consequentemente, garanta seu salário.
O fato é que o ambiente de incertezas do mundo cada vez mais globalizado é um desafio para os indivíduos, organizações e sociedades que precisam mudar antigos paradigmas e crenças para se adaptarem às frequentes mudanças.
Esse cenário gera sentimentos de angústia, ansiedade, estresse, e a certeza de que o tempo é inexorável, e não consegue atender às exigências das agendas cada vez mais sobrecarregadas de responsabilidades e desafios. Nesse contexto, ser alguém capaz de entregar uma carta à Garcia é uma competência admirável e desejável.
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